SUPLEMENTOS VITAMÍNICOS: como orientar esportistas e atletas?
- Graças Marins
- 2 de abr. de 2013
- 2 min de leitura
Tem sido observado no Brasil o uso abusivo de suplementos alimentares para fim ergogênico (para melhorar o desempenho do esportista) e estético. Esta atitude tem crescido nos ambientes de prática de exercício, tendendo à generalização em algumas academias de ginástica e associações esportivas .
A situação, em parte, decorre da falta de conhecimento de que uma alimentação balanceada e de qualidade, a não ser em situações especiais, atende às necessidades nutricionais de um praticante de exercícios físicos, o que dispensaria o uso de suplementos alimentares.

Porém, a realização de suplementação vitamínica em atletas e esportistas ainda é tema controverso e de grande discussão na literatura médica. Uma das razões para tal controvérsia relaciona-se a estudos que demonstram o aumento da produção de radicais livres de oxigênio durante exercício físico promovendo o aparecimento do estresse oxidativo.
Os micronutrientes (vitaminas, minerais e oligoelementos) desempenham papel importante na proteção dos tecidos corporais em relação ao estresse oxidativo. Além disso, são fundamentais na produção de energia, síntese de hemoglobina, manutenção da saúde óssea e função imunológica. De um modo geral, os micronutrientes presentes em dietas balanceadas e diversificadas em alimentos, com aporte calórico suficiente para atender a demanda energética, são suficientes para as necessidades do esportista . Na realidade nada é capaz de substituir as vitaminas, minerais, fibras e outros nutrientes existentes em uma alimentação balanceada. Porém, nossos hábitos alimentares e estilos de vida somados ao baixo teor de nutrientes de alguns alimentos em função dos processos de cultivo e produção, cozimento, armazenamento e transporte, podem fazer com que a alimentação não forneça todos os nutrientes necessários ao organismo.
A Associação Dietética Americana (ADA) recomenda a suplementação em algumas situações especiais, como o uso de ácido fólico em gestantes, cálcio na vigência de osteoporose e osteopenia, ferro para anemia e para indivíduos que não possuem uma alimentação adequada em calorias e variada em alimentos. Para atletas, a mesma instituição orienta que a suplementação pode ser utilizada quando o esportista estiver em fase de emagrecimento, apresentar a necessidade de retirar algum alimento ou grupo alimentar da dieta, doença ou deficiência de determinado micronutriente. Alguns trabalhos, que avaliaram atletas em regime de treinamento intenso, sugerem o consumo de vitamina C e vitamina E entre 500 e 1.500 mg/dia, para melhor resposta imunológica e antioxidante. No entanto, essa informação está baseada em baixo grau de evidência científica. De qualquer maneira, nenhuma suplementação pode ser consumida sem a avaliação do médico ou nutricionista, para que não haja prejuízo para a saúde humana
Contudo, o estresse dos exercícios pode resultar numa adaptação bioquímica muscular que aumenta as necessidades nutricionais. O ajuste da dieta, em termos de macronutrientes, para as maiores necessidades calóricas decorrentes das atividades esportistas, proporciona concomitantemente ajuste no consumo de micronutrientes. Portanto, o estilo de vida saudável, incluindo dieta balanceada, elevado consumo de frutas e vegetais ricos em nutrientes com ação antioxidante e de acordo com as DRIs (Dietary Reference Intakes, traduzidas como Ingestão Dietética de Referência), é a melhor maneira de orientar esportistas e atletas. Se houver necessidade do uso de suplementos alimentares, é importante que se mantenha a alimentação da forma mais saudável possível e que se tenha a orientação de um profissional especializado.
Por: Graziela Ravacci Nutricionista e Professora de Educação Física formada pela UNESP.
Colaboração: Dra. Graças Marins
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