Osteoporose – Prevenção é possível
- Graças Marins
- 27 de ago. de 2012
- 4 min de leitura
Na fase inicial, a osteoporose é uma doença silenciosa.
Os primeiros sintomas confundem-se frequentemente com o cansaço normal característico da meia-idade.
Lentamente, as pequenas queixas tornam-se dores intensas e muitos casos degeneram em incapacidade total ou parcial.
A osteoporose é uma doença óssea metabólica que resulta da carência de cálcio. Sem um dos seus principais componentes, os ossos perdem qualidade, tornando-se frágeis e quebradiços, à medida que a densidade óssea (quantidade de osso) diminui. As fraturas são freqüentes e de recuperação muito difícil.
No processo de desenvolvimento do osso, a osteoporose corresponde a uma fase final, em que os tecidos ósseos perdem a densidade e qualidade dos primeiros anos. Na infância, o osso é composto majoritariamente por cartilagem, um elemento esponjoso que raramente sofre fraturas. Até aos 20 anos, o osso estabiliza em tamanho, mas contínua, até aos 35, a ganhar em densidade. É por volta desta idade que os cuidados devem ser intensificados: uma dieta alimentar cuidada, exercício físico regular e suplementação adequada, podem ser a chave certa para a saúde e fortalecimento dos ossos.
Identificar Grupos de Risco e de Causas definidas não existem. Ainda assim, os cientistas acreditam que uma multiplicidade de fatores tornam os indivíduos mais sensíveis à doença.
Alguns, de caráter intrínseco, ajudam a identificar grupos de risco (sexo feminino, raça branca). Outros resultam de comportamentos que facilitam o desenvolvimento da doença, mas sobre os quais podemos e devemos agir, como o sedentarismo, o excesso de álcool e cafeína, alimentação desequilibrada e tabagismo.
Prevenção e tratamento Como muitas outras doenças, a osteoporose é mais fácil de prevenir do que de tratar. Ao contrário da crença generalizada, esta condição não é exclusiva de idades mais avançadas, e pode surgir a partir dos 30 anos de idade. Torna-se, por isso, fundamental que se tomem, desde muito cedo, as medidas mais adequadas para evitar o aparecimento da doença.
Exercício Físico
Estudos recentes indicam que o exercício físico funciona como inibidor da osteoporose, já que fortalece os ossos e estimula a regeneração da massa óssea. No entanto, quem já sofrer da doença, deve de qualquer forma manter um programa de atividade física, com várias sessões semanais de marcha ou corrida lenta, com a duração de 30 a 40 minutos. Não esquecer também o papel da alimentação na prevenção da osteoporose: uma dieta cuidada deve passar pela ingestão de lacticínios e proteínas magras, especialmente aquelas não são animais. Os alimentos ricos em ácido oxálico, como os espinafres, espargos, morangos, ruibarbo, inibem a absorção do cálcio.
Evitar também bebidas ricas em fósforo, como os refrigerantes, bem como frutos cítricos e tomates.
Suplementação Por muito orientada que esteja a sua dieta alimentar, uma boa suplementação, ajuda a manter os níveis de saúde óssea. As receitas médicas, que contemplam, sobretudo, medicamentos à base de cálcio, parecem muitas vezes esquecer que o osso necessita de diversos tipos de nutrientes e minerais para o seu desenvolvimento normal.
Cálcio O cálcio é o mineral mais abundante do nosso corpo. e 99% está concentrado nos ossos. Não existem dúvidas sobre o seu papel fundamental na prevenção e tratamento da osteoporose: a suplementação com cálcio (1000 a 1500 mg diários) reduz a perda de tecido ósseo de 30 a 50%.
A dose diária recomendada (DDR) deste nutriente é de cerca de 1200 mg. Na alimentação de uma mulher adulta raramente se atingem estes níveis: fato que se relaciona diretamente com a maior incidência da osteoporose no sexo feminino.
Soja Fermentada A soja, após a fermentação, fica especialmente concentrada em isoflavonas, que têm bioquímica semelhante aos fito estrógenos. Nesta forma, as isoflavonas são absorvidas mais rapidamente e em maior quantidade.
Segundo testes científicos, as isoflavonas da soja, nomeadamente a ginesteína, contribui para a prevenção da osteoporose.
Vitamina D
Esta vitamina atua como reguladora do cálcio sanguíneo, mantendo-o nos níveis necessários para promover a mineralização dos ossos. Estudos demonstraram que a ingestão de uma dose adequada de vitamina D (12,5 mcg) reduz o risco de fraturas em mulheres pós-menopausa. Por outro lado, a vitamina D é essencial para garantir uma eficaz absorção do cálcio.
Zinco e Magnésio
O magnésio regula o metabolismo ósseo e o transporte do cálcio. Muitos dos doentes com osteoporose revelam sinais de carência de magnésio. Nestes casos, a suplementação neste mineral pode ser ainda mais importante do que a de cálcio. Quanto ao zinco, é mais um dos constituintes do osso e que está muitas vezes ausente da dieta alimentar, devido à elevada refinação dos alimentos.
Boro, Silício, Manganês, Cobre e Vitamina C.
O boro previne a desmineralização óssea, porque para além de participar na formação do osso, é responsável pela ativação de determinados nutrientes e vitaminas, igualmente vitais no processo.
O silício e a vitamina C são fundamentais para a formação do colágeno, cartilagem e tecido conjuntivo. Para a maturação do colágeno, formação da elastina e crescimento ósseo, é também indispensável a presença do cobre. O manganês é necessário para o crescimento e desenvolvimento dos ossos.
Falsos Mitos sobre a Osteoporose
“Sou muito novo para ter osteoporose”
– A osteoporose desenvolve-se lentamente, quase sem sintomas. Pode atingir mulheres a partir dos 20, 30 anos. Alguns sinais só aparecem quando a doença já se encontra num estágio de desenvolvimento adiantado.
“Só as mulheres são afetadas”
– Embora as mulheres na fase da pós-menopausa sejam as mais afetadas, os homens não são imunes. Quase dois milhões de homens norte-americanos sofrem da doença.
“Se beber muito leite, não sofrerei osteoporose”
– O cálcio é um dos principais componentes da estrutura óssea, mas não o único. Outros nutrientes são importantes para a formação do osso. O cálcio deve ser acompanhado de outros fatores como o exercício físico e uma dieta alimentar cuidada. Por outro lado, só pelo fato de ingerir cálcio, não significa que o está a absorver todo. Alguns alimentos comuns impedem a absorção do cálcio, enquanto que outras vitaminas facilitam esse processo.
“A minha mãe sofre de osteoporose, logo também sofrerei no futuro” – O fator genético é responsável por grandes variações nos níveis de massa óssea, mas não determina, irreversivelmente, que se vá sofrer da doença.
Revista EcoNews Nº 4
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